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domingo, 9 de fevereiro de 2014

Conto do Jovem Lobisomem




Numa cidade bem distante, havia um casal que acabara de ganhar seu sétimo filho homem. A vida corria bem na tranquila vizinhança, mas o menino ao completar 13 anos, se sentia muito só e era constantemente caçoado na escola por ser considerado estranho pelos seus colegas. Era final de ano, chegava o tão esperado baile, porém o menino não havia sido convidado.Todos os jovens da cidade curtiam a festa, muita comida e música animada, só não imaginavam o tinha por vir. Já passava da meia noite de uma sexta-feira, quando ouviu-se um uivo forte vindo da estrada que cruzava a cidade. Um jovem curioso se atreveu a sair da festa e tentar descobrir de onde vinha aquele uivo tão alto. De repente, surge correndo em disparada uma criatura aterrorizante, era metade homem e metade lobo. O jovem fica espantado com a velocidade e a monstruosidade daquele ser, e corre de volta para a festa gritando, para que todos pudessem se salvar. Felizmente, a criatura corre em direção ao cemitério da cidade e os convidados mesmo com medo, não são atacados. O menino que não foi a festa chega em casa após ter passado a noite perambulando pelas ruas.
No dia seguinte, os moradores ficam em estado de alerta, com muito medo do tal ser aterrorizante retornar. O padre decide benzer as famílias e alerta sobre uma história que ouvira nos tempos de seminarista. Quando um casal tem sete filhos seguidos fruto de um casamento que não tenha sido feita sob a benção igreja, uma maldição recai sobre o caçula, transformando-o em lobisomem toda sexta-feira de lua cheia. Ele é condenado a correr sete cemitérios até o amanhecer. E toda criança não batizada acaba atraindo o seu olfato fazendo-o sentir uma fome desesperadora. O jovem que estava na festa, levanta e pergunta ao padre: - Como podemos detê-lo? O padre responde: - A única forma de salvar a todos é atirando no lobisomem com uma bala de prata. Ninguém desconfia do tal menino, que não estava com os jovens na festa, afinal ninguém se interessava em saber sobre ele.

Passaram-se anos e  a população da pequena cidade vivia com medo do tal lobo aparecer. Quando ouvia-se o uivo, todos se escondiam em suas casas e a criatura atacava os bichos de criação que ficavam no quintal das casas. Apesar do medo, as pessoas seguiam com suas vidas, casando-se e tendo seus filhos. Certa vez, numa noite de sexta-feira, uma mulher vestia-se de vermelho para esperar seu esposo que chegara tarde do trabalho. Este por sua vez, embriagou-se e ao passar por uma casa na qual havia um recém nascido, sentia-se atraído pelo cheiro, então seu corpo coçava tanto que se arrastava no chão de um lado para outro, mas sentia tanto medo que correu para casa, afim de não ser reconhecido. Ao chegar em casa, é ofuscado pela cor da roupa de sua esposa e acaba por morder a saia que ela estava usando. Pula o muro e foge pela estrada que leva a outra cidade. A mulher desmaia e ao acordar encontra o esposo caído no chão com a roupa toda suja. Ao acorda-lo começa a contar o que aconteceu, mas vê entre os dentes dele um pedaço da roupa vermelha. Ao lembrar do que o padre dissera na sua juventude, corre e pede socorro ao vizinho que era caçador. Porém, o homem-lobo foi mais ágil e nunca mais souberam dele naquela cidade. 

Shirlei Ribeiro

sábado, 8 de fevereiro de 2014

O prêmio




Minha vida é percorrer caminhos.
Que nem sei como são.
Neste caminho encontrei muitos amigos.
Alguns aqui não estão.

Nesses quatro anos, eu lembro,
Que se esforçar foi necessário demais.
Mas este ano, quando passou Novembro,
Chorei por pensar que não estudarei aqui mais

Agradeço ao Bom Pai,
Por ter dado a todos nós capacidade de vencer.
Porque na vida a gente corre, cai,
Levanta, cai de novo, quebra a cara,
E ainda tem forças para vencer.

O vencedor não é aquele que vence sozinho,
Mas aquele que ganha com  torcida.
Por isso hoje quero dividir com vocês o prêmio
A minha amizade por toda vida.

Shirlei Ribeiro - Formatura Curso Normal 2005

domingo, 13 de outubro de 2013

Retalhos Poéticos da vida


Amor de verdade não para a vida, mas sim a faz movimentar em passos largos rumo à felicidade.

A vida não tem um ponto de interrogação, pode ter para os que ficam e não para os que vão.

A paciência é a virtude daqueles que esperam por justiça.

É fácil enlouquecer diante de uma adversidade, mas sábio é aquele que sabe exerce seu auto-controle a fim de agir pelo bem.

O amor não é uma escolha, apenas se ama.






segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Janela da infância, janela das lembranças



  Quando abro minha janela, sempre lembro da minha infância, onde eu podia espiar o movimento da rua, dos vizinhos, dos amigos, dos velhos conhecidos, enfim de quem ia e vinha. Hoje, na cidade grande, quando o tempo corrido permite é monótono olhar a janela do apartamento, e observar o vai e vem de quem eu não conheço, ou mesmo de quem mora no mesmo prédio na qual nunca fora desenvolvida uma conversa além do oi e bom dia.
  As lembranças de infância me faz recordar sobre as histórias, que meu pai me contava do que via pela janela quando era criança. Muitas vezes, até acredito que sejam um pouco, digamos, fantasiosas ou exageradas.
  Ele contava que morava na beira da praia com seus pais e seis irmãos. Costumava pescar da janela do seu quarto e que em tempo de maré cheia, os siris se escondiam debaixo da cama, então a mãe dele corria com uma vassoura na mão, para defender sua cria do indefeso animal perdido na maré das águas insulanas. Me lembro dele falar que acordava com um boi na janela, mas eu exclamei: -Pai, boi na praia? Assim surge a dúvida sobre a legitimidade de sua histórias.
  Retornando as janelas, elas revelam mesmo o passar do tempo. Da época que se viam crianças brincando nas ruas, e agora que se vê pessoas apressadas, vizinhos dentro de suas janelas, outras janelas, ou até mesmo janela alguma. Apesar disso ainda acredito existir pessoas do outro lado da janela que devem estar pensando o mesmo que eu: Ah, que saudade da janela da minha infância!


Shirlei Ribeiro

Amando tudo isso!



 Esta semana, ao caminhar entre as vitrines de um shopping carioca, me deparei com uma cena: uma criança acompanhada de sua mãe, que tudo  o que via pela frente, dizia que amava e queria levar. A maioria dos produtos no qual essa criança desejava eram de propagandas de grande alcance no mundo infantil influenciadas por desenhos animados.
  Quando ligamos a TV, entramos em contato com o grande mundo da persuasão, pena que nem sempre nos lembramos disso, e nos deixamos levar por argumentos que convence até esquimó a comprar um ar-condicionado. Imagine quantos comerciais passam pela TV, por dia e o quanto passamos a incluir em nossa lista de desejos coisas e mais coisas, isto é, produtos que não temos necessidade.
  Podemos relacionar esse "amar" exagerado, também, aos gostos musicais. Uma hora gosta-se de um cantor e outrora um novo artista surge fazendo sucesso, logo, esse também passa a ser "amado". Não que seja errado esse gostar (cada um gosta de quem quiser gostar), porém, é necessário ser mais crítico para definir o que realmente tem conteúdo.
  Diante de uma sociedade consumista, precisamos estar em alerta a grande demanda de informações, ser mais seletivos as diversas opções que nos atrai a todo tempo. Com a visão daquela criança no shopping que amava tudo que via pela frente, podemos refletir: se realmente amamos tudo o que amamos?


Shirlei Ribeiro